Três pontos
Cabe uma história gigante, complicada, divertida, triste, surpreendente... em apenas três pontos. E muitos finais também.
Querido Diário,
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013 | 13:15
Um novo ano começou. Mas nem por isso ele é mais leve que os outros. Esse
ano eu não vou ter o privilégio da certeza, o que eu tive todos esses últimos
cinco anos, pelo menos na escola. Todos esses anos eu sabia que uma coisa eu
tinha: tempo. Eu teria tempo pra dizer tudo o que eu sentia para o “garoto da
minha vida” da escola, só faltava ele pensar o mesmo, claro. Eu sabia que faltavam
anos pra eu começar a ter o que tanto os pais querem para os seus filhos,
aquela palavrinha preguiçosa chamada responsabilidade. Trabalho então, “era
coisa de adulto” ou “gente grande” o que eu não era aos dez anos. Eu não
precisava dar uma resposta certa do que eu queria ser quando crescesse, embora
a dúvida ou não souber, me apavorasse. E mais uma vez, eu tinha tempo. Enquanto
eu pensava assim, eu não consigo lembrar no que eu fiz com o meu “agora” em
tantas oportunidades que tive.
Esse ano eu vou fazer meu último ano na escola. E eu não sei nem se
quero estudar na mesma escola que eu estudei há tantos anos. Talvez eu
realmente queira deixar pra trás algumas coisas, e pessoas também como disse
que deixaria em 2012. Eu não sei se eu quero, eu não sei se eu devo. Afinal, é
meu último ano na escola que, se eu escolher, vai começar com vários estranhos.
É como passar sua festa de aniversário, a mais importante de toda a sua vida,
de olhos vendados. Eu não sei se é medo, mas se for, é bom mesmo que eu faça. Um
dia alguém me disse que coragem não é a ausência do medo, mais a percepção de
que existe algo mais importante que ele. E sinceramente, um dia eu vou querer
muito descobrir e quando esse dia chegar eu quero saber o que é.